quarta-feira, 6 de abril de 2011

Educação Especial e Inclusiva: Os Nós e os Laços”


30 de Abril de 2011 SIMPÓSIO:

“Educação Especial e Inclusiva: Os Nós e os Laços”

AUDITÓRIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE ÁGUEDA

9-9h30 - Sessão de Abertura: Prof. Doutor David Rodrigues

(Presidente da PIN-ANDEE)

9h30 - 10h30 - Conferência: Educação Inclusiva: Os Nós e os Laços

- Prof. Doutor José Morgado

11h-12h30 - Mesa redonda 1 A cooperação/articulação nas respostas em Educação Especial Unidades de Ensino Estruturado: Entrelaçar Vontades... Laçar Competências!

Mestre Joaquim Colôa Unidade de Apoio à Multideficiência – Um desafio na Inclusão Dr.ª Ana Breda e Dr.ª Rute Rebelo

14h30-16h - Mesa redonda 2 Desenvolvimento e Autonomia: Que laços?

Transição para a Vida Adulta de Jovens com Necessidades Educativas Especiais Mestre Ana Rosa Trindade

Projecto Átomo: Proposta de abordagem à Educação afectivo-sexual nas pessoas portadoras de deficiência.

Dr. Miguel A. Tavares Cruz

Para mais informações e inscrições: simposioeducacaoespecial@cm-agueda.pt 234611290

(Dra. Sara Silva - Serviço de Educação)

Pin-ANDEE - O menino da Índia



Durante a visita de estudo que a nossa Associação fez a Salamanca uma das colegas da Universidade de Salamanca que nos recebeu e connosco debateu o sistema de Educação Especial e Inclusiva em vigor em Espanha, mostrou-nos um vídeo retirado do “youtube” que muito me impressionou (http://www.youtube.com/watch?v=02Q4f7T4vi0) A história é simples de contar: numa movimentada rua de uma cidade indiana durante uma chuvada, cai uma árvore que fica a impedir a passagem. A árvore é enorme e vêem-se os gestos expressões de desânimo dos automobilistas perante aquela grande contrariedade. Espera-se que alguém venha resolver o assunto: telefona-se, protesta-se contra a imóvel e impassível árvore caída na rua. De súbito, do meio da confusão de trânsito e da chuva torrencial uma criança, aproxima-se da árvore e começa a tentar empurrá-la. Incrédulos e até meio trocistas os transeuntes olham. A criança não desiste e, primeiro uma, depois outra, depois muitas das pessoas que ali estavam abandonam o interior dos carros imobilizados e, debaixo de chuva, juntam-se ao menino que tinha iniciado o trabalho. O filme acaba com a árvore sendo removida por uma multidão feliz por ter encontrado pelas suas forças uma solução para um problema que parecia insolúvel. A ligação que esta pequena história tem com a Educação Inclusiva é muito próxima por três razões:

1. Antes de mais porque a Educação Inclusiva é uma reforma educacional e, como tal, (tal como a árvore) não pode ser levada a cabo por pessoas isoladas. Nem mesmo por super-mulheres ou super-homens que tentam tudo resolver com a sua força e determinação. A árvore é demasiado pesada para ser movida por um ou por muito poucos: precisamos do compromisso de muitos.

2. Depois, porque desenvolver a Educação Inclusiva é fazer qualquer coisa. Não só conceber, enunciar princípios, enumerar o que seria preciso, eventualmente verberar a insuficiência de recursos ou a falta de atitudes adequadas. Desenvolver práticas inclusivas na escola é uma prática e, como tal, implica que cada um saia do abrigo seco do seu automóvel para se juntar aos que estão à chuva, àqueles que correm o risco de retirar a árvore.

3. Finalmente, as reformas não são sempre feitas por aqueles intervenientes que seriam os mais indicados, os que teriam mais responsabilidades ou mais preparação para as empreender. Tal como no vídeo, são por vezes os mais fracos, os menos preparados, aqueles de quem se esperaria menos empenho e capacidade que, muitas vezes, iniciam e suportam os processos de inovação. Se esperamos que sejam os “mais indicados” a tomar a iniciativa podemos ficar indefinidamente à espera que algo aconteça. Neste vídeo foi a pessoa com menos força que iniciou o processo e, talvez sem ela, a árvore tivesse ficado à espera que um aparatoso, demorado e custoso carro de bombeiros, a viesse remover. Os professores de Educação Especial são profissionais que muitas vezes desencadeiam as reformas e as modificações nas escolas que conduzem a que elas possam ser acolhedoras e eficazes para alunos com dificuldades. Mas mesmo quando não são eles a desencadear este processo, precisamos que estejam atentos para ver quem toma a iniciativa de “empurrar a árvore” e, logo, logo, se juntem a quem não se conforme com a rua entupida.

Por: David Rodrigues Presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial (PIN-ANDEE) In: 1ª newsletter de Abril da PIN - ANDEE)